O que a gente aprende no hospital…

By André Gibran

dez 17

Minha filha saiu da internação. Ah, não te contei?

A Lara esteve internada nos últimos 8 dias com sinusite e pneumonia. Pois é… A vida pára um pouco quando temos questões de saúde a resolver, ainda mais com filhos.

Mas o fato é que eu aprendi algumas coisas durante esse período.

1. Seja ativo!

Primeiro, reforcei algo que já sabia: temos que ser ativos nessa vida, e temos que pedir o que queremos.

No primeiro dia de internação, ficamos num quarto horrível, com luzes que invadiam o quarto durante a madrugada por conta de uma janela mal pensada sobre a porta que não fazia bem a vedação da luz que vinha do corredor.

Além disso, o quarto era apertadíssimo. Os móveis ficavam praticamente colados uns nos outros. Tive que mover o pequeno sofá onde ia dormir pra outro canto, porque do jeito que estava, não seria possível que alguém abrisse a porta enquanto eu dormia. E isso ia impedir o trabalho dos enfermeiros.

Assim que os primeiro enfermeiros entraram pra cuidar da Lara, passei a perguntar sobre a possibilidade de ir pra outro quarto.

Passamos a primeira noite lá, mas na segunda noite já estávamos num quarto que era 2,5 vezes maior. Quarto 209! Tinha até TV a cabo (sei que isso não faz mais muito sentido atualmente, mas foi legal poder deixar a tv ligada no canal OFF, vendo a galera surfar e andar de skate).

Ou seja, se algo te incomoda, não deixe de agradecer pelo que você já tem, mas peça pelo melhor. Ele pode acabar acontecendo.

2. Seja agradável, educado e gentil

Outra coisa que notei foi como o nosso comportamento ajuda.

Durante a internação fiz questão de tratar todos os enfermeiros, técnicos e médicos com muito respeito, cuidado e carinho. Fizemos amizades por lá. E esse carinho voltou pra nós.

A equipe acabou sendo muito bacana com a gente, sempre muito solícitos, tratavam a Lara com um cuidado especial. Foi muito bom.

3. Valorize a simplicidade

Notei também que, apesar de ser uma situação ruim ficar num hospital, a vida dentro de um quarto fechado é simples.

Tudo o que era precisa fazer era ver se os medicamentos vinham no horário certo, brincar com a Lara, trabalhar quando possível, dar banho, tomar banho e se alimentar quando as refeições vinham, prontinhas.

Ao voltar pra casa as tarefas aumentam. E muito! Já não é mais só um quarto, mas a casa toda, a vida toda. É preciso se preocupar com o que comer, quem vai fazer a comida, com quem as crianças vão ficar pra trabalharmos, prestar atenção pra não dar remédio errado em hora errada, pensar na limpeza da casa, fazer compras… A lista é interminável!

E com isso fico pensando na beleza de uma vida simples.

O simples liberta a mente. E digo isso porque, com muitas tarefas, a mente de fato fica presa, pensando em todas as coisas a fazer.

Quanto menos coisas temos, menos nos preocupamos, e mais livre a mente fica pra cuidar do que de fato importa.

O que faço pra deixar a mente tranquila é anotar tudo o que é preciso fazer. Isso faz parte de uma metodologia conhecido como GTD (Getting Things Done), de um cara chamado David Allen.

Ele ensina que nosso cérebro não funciona bem tentando lembrar tudo o que precisamos fazer. Ele funciona melhor simplesmente lidando com a tarefa que temos que executar agora, que está na nossa frente nesse momento.

Já comprovei que isso é verdade.

Quando tenho alguns checklists do que fazer, quando uso corretamente o meu Google Agenda, tudo flui mai facilmente.

4. Seja grato

Outra coisa que constatei durante a internação é como a gratidão funciona.

Ser grato faz seu dia ficar mais leve.

Durante a internação, se chovia eu agradecia pela chuva, e também pelo ar que estava sendo limpo.

Se fazia sol, eu agradecia pelo céu azul que a Lara e eu amamos.

Escolhi agradecer por todas as coisas, e os dias foram bem mais leves. Quando os enfermeiros entravam, sempre viam a gente sorrindo.

5. Ame

E por último, já que esse texto está ficando gigante, percebi a força de um casal que se ama.

Por vezes quando eu ficava triste, a Fernanda me consolava e me trazia palavras de conforto e de fé em Deus.

Quando era ela quem estava triste e cansada, eu estava bem, e a ajudava a se lembrar das promessas e do caráter de Deus.

Agradeço a Deus pela minha esposa. E pelo que temos juntos.

Espero que você, leitor, posso aproveitar essa leitura e de repente melhorar pelo menos 1% sua vida, caso esteja passando por um momento difícil.

Acredito que experiências devem ser compartilhadas e que isso nos faz crescer como seres humanos.

Tem algo pra contar? Escreve aqui nos comentários. Vou ter prazer de ler!

Até mais!

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About the Author

Em 2013 eu larguei meu cargo público no Tribunal de Justiça de SP pra viver ajudando pessoas pela internet (muita gente me criticou por isso...). Essa acabou sendo uma das melhores decisões de minha vida. Acredito em Deus, acredito em fluir, em fazer o que se ama, em transbordar na vida dos outros. Esse blog é uma das minhas maneiras de transbordar o meu melhor pra você. Espero te ajudar com um pouco do que já vivi!

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